22 de outubro de 2007

Sonho?


Que sonho horrível!
Que estranho!
Que sufoco!
Que aflição!
Senti um vazio tamanho,
um'ansiedade desmedida.
Estava em casa, só, em grande angústia.
Resolvi sair, em busca não sei de quê.
Era noite.
Não havia calor, nem frio.
Só sei que sentia um vazio
difícil de suportar.
Comecei a andar.
Não sei por onde e para quê.
Andei, andei
por sítios que ninguém via,
por lugares que nem sabia.
Depois de muito andar,
de me cansar, de correr,
de fugir, de procurar,
meti-me num comboio que me surgiu ali.
Andei horas sem conta,
tempos infindos.
E só sei que saí
No lugar donde parti.
A ansiedade aumentava.
Queria encontrar o quê?
Só sei que tinha que encontrar alguém.
Continuei a andar, a correr, a subir, a descer,
caminhos escuros, ruas estreitas, quintais sem fim.
Sabia que procurava, só não sabia o quê.
Voltei a casa. Não era a minha.
Estava tudo diferente,
ruas, casas, janelas, até a própria gente.
Eram contradições sobre contradições.
Estava em minha casa, sem a conhecer.
Estava na minha rua e tudo era diferente.
Carros passavam sem fazer um som,
tudo o que me rodeava, era mudo, amorfo.
Voltei à rua. Gritei desesperadamente e não ouvi nada.
Comecei a correr e o cenário não mudava.
Estava tudo parado, mudo, sem vida.
Era tudo familiar e estranho, perto e longe, vazio e confuso.
Era tudo meu mas nada me pertencia.
Acordei suada, cheia de medo e só.
Senti-me mal, chorei e suada fiquei.
Vazia, só, sem futuro ou ambição.
Que estou aqui a fazer? A sofrer?
Que angústia, que desamparo,
que solidão, que tristeza,
que incerteza.
Quem me dá a mão?!
Preciso de uma mão amiga,
preciso de um beijo,
de um afago,
de um carinho.
Preciso de sentir que não estou só.
É horroroso de mim própria sentir dó,
revolta, compaixão, pena e nojo.
Que faço?
Isto é loucura?
Isto é doença?
Quero lutar mas tenho medo.
Quero andar mas não me mexo.
Quero viver mas estou parada.
Será que tudo o que anseio é nada?

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