18 de setembro de 2008

O Louco

Vou hoje começar a falar de um tema que me apaixona: As lâminas de Tarot. Em cada post tentarei utilizar uma imagem de um baralho diferente (identificado) embora a maior parte das descrições que nós encontramos sejam do Tarot de Marselha ou de Rider-Waite que são os mais tradicionais.
Em todos estes posts que aqui vão surgir, baseei-me na descrição feita por Hajo Banzhaf, no seu livro "Guia completo do Tarot" e nas de Rachel Pollack no seu livro "Setenta e oito graus de sabedoria". Os exercícios de meditação para alguns Arcanos Maiores assim como afirmações (conselhos) foram baseados no livro de Gabriela Barros "Meditações com Tarot".
Este Louco que aqui vos apresento pertence ao Tarot of the Master desenhado por Giovanni Vacheta e publicado por Lo Scarabeo no ano de 2002.
Podemos pensar no Louco como um espírito totalmente livre.
O arquétipo do Louco encontra a sua expressão social como bobo da corte, a quem era permitido dizer ao rei, certas verdades que ninguém mais ousaria exprimir. Hoje em dia, os comediantes e humoristas gozam, de certa forma, deste mesmo privilégio.
Em alguns baralhos antigos de Tarot, o Louco aparecia como o bobo da corte gigante e o seu título era o "Louco de Deus". Este termo também foi usado para os loucos inofensivos e para os epilépticos graves, sendo todos considerados como estando em contacto com a sabedoria maior, justamente por estarem fora do contacto com o resto de nós.
Em Batman, o maior inimigo do herói chama-se Joker que é uma figura sem passado e que nunca é visto sem máscara. A rivalidade existente entre estas duas personagens é a mesma existente entre os que apoiam a lei e a ordem e aqueles que estão contra os valores sociais. Nos últimos anos o Joker é considerado mais como um insano do que como um criminoso.
O Louco representa aquela tradição do irmão ou irmã tolos, desprezados pelos outros irmãos mais velhos mas que no fim da história são os que conquistam a princesa ou o princípe porque são bondosos e funcionam por instinto.
Na maioria dos baralhos de Tarot o Louco é quase sempre acompanhado por um ajudante animal que tanto pode ser um cão, como um gato ou até mesmo um crocodilo. Este animal serve para simbolizar as forças da natureza e a parte animal do homem.
O saco que o Louco transporta consigo carrega as suas experiências, o bastão é, na verdade um ceptro, símbolo de poder.
Esta carta, realmente, encaixa-se em qualquer lugar do baralho e combina com qualquer Arcano Maior pois funciona como força animadora. Quanto aos arcanos menores, esta carta, tem mais afinidade com o naipe de Paus (ceptros) pela acção, pressa, movimento sem reflexão, mas também tem muito a ver com Copas devido à sua imaginação e à prioridade dada ao instinto.
Resumidamente o Louco mostra-nos a criança que existe em nós, o reinício espontâneo, a franqueza sem preconceitos. É a ligeireza despreocupada, a alegria descuidada, a entrada numa nova experiência de vida sem expectativas formadas por isso, o Louco tanto pode ser a irresponsabilidade, a ingenuidade insensata, o espírito brincalhão quanto a ignorância ou a sábia despretensão e a percepção humilde a que se pode chegar no final da longa e penosa busca.
O Louco tanto pode ser o traquinas e o malcriado quanto o único conselheiro honesto na corte. Para todos os efeitos, ele vive sempre no presente, sempre pronto a passar por novas experiências mas, esta atitude também pode ser devida à recusa em se tornar adulto.
Esta carta portanto, aponta sempre para novas experiências que, mesmo apresentando traços caóticos não representam nenhum perigo real.
Afirmações (conselhos) para o Louco:
- Sei arriscar com sabedoria, tomo sempre as melhores decisões porque não ajo de forma precipitada. Quando procuro novos horizontes, faço-o com felicidade e confiante nos meus sonhos.
- Eu sou a liberdade plena.
- Eu sou a alegria.
- Eu sinto o prazer de viver cada dia.

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