20 de agosto de 2009

Eva deu a comer a Adão uma maçã

Embora a maçã se tenha tornado um símbolo de perda da graça, a história da tentação - contada no Génesis, III - não faz qualquer referência a uma maçã. Menciona simplesmente "o fruto da árvore que se encontra no centro do jardim", possivelmente uma figueira, já que Adão e Eva se cobriram com folhas de figueira depois de comerem o fruto.
É provável que se tenha generalizado a ideia de o fruto ser uma maçã devido à mitologia grega ou celta onde este fruto pertence às deusas do amor e simboliza o desejo. Quando, no século II, Aquilo de Pontus traduziu do hebreu para o grego "Os Cânticos de Salomão" alterou os versos "Criei-te debaixo da macieira; ali a minha mãe te gerou" para "Criei-te debaixo da macieira; ali tu foste corrompido" - interpretando o verso como estando a referir-se à árvore proibida.
São Jerónimo quando traduziu o Antigo Testamento para latim manteve a ideia e desde então, o fruto tem sido sempre considerado como sendo uma maçã.

19 de agosto de 2009

Maior Profeta da Europa

Michel de Nostredame - que posteriormente latinizou o seu nome para Nostradamus - nasceu em 1503, em St Remy de Provence. A sua família, inicialmente judia, converteu-se ao cristianismo e educou Michel como católico. Foi um estudante brilhante que adquiriu fama como médico no tratamento de doentes vítimas da peste.Os seus êxitos neste campo deveram-se, sem dúvida, à sua recusa em sangrar os pacientes - conceito muito revolucionário no começo do século XVI.
Mas não foi só neste aspecto que se antecipou aos conhecimentos do seu tempo. Afirmou que a Terra girava em volta do Sol 100 anos antes das descobertas de Galileu.
Os seus dons proféticos revelaram-se em 1555, quando publicou o primeiro de dez volumes, todos intitulados Centúrias. Cada um destes livros continha cem profecias e todas elas estavam escritas em verso.
Nostradamus nunca manteve secreta a técnica que empregava para prever o futuro. Colocava uma taça com água sobre um tripé de bronze e fixava-o de um modo semelhante à que os adivinhos usavam para lerem em bolas de cristal.
No entanto, havia previsões que lhe surgiam espontaneamente, em lampejos de intuição. Um dia, jovem ainda, viajava por Itália e, no seu caminho cruzou-se com um monge de nome Felice Peretti, para assombro deste e dos seus acompanhantes, Nostradamus ajoelhou-se e disse: "Ajoelho diante de Vossa Santidade". Em 1585 o monge tornou-se o papa Sisto V.
Numa outra altura, um jovem que fazia parte do séquito de Catarina de Médicis, chamou a sua atenção quando esta o visitou e segundo ele vaticinou que este jovem seria um dia rei de França. O jovem era Henrique de Navarra, que subiu ao trono como Henrique IV.
O profeta predisse a sua própria morte em 1566 provada por uma gota persistente que se transformou em edema mas, antes de morrer, mandou gravar uma data numa pequena placa de metal que deveria ser colocada consigo dentro do caixão. Em 1700, o caixão foi transferido da sepultura onde se mantivera durante 134 anos. A placa colocada sobre o esqueleto do profeta ostentava a data de 1700.
Para evitar ser acusado de feitiçaria pela Inquisição, Nostradamus alterou deliberadamente a data das suas previsões e escreveu uma mistura de símbolos, anagramas, francês antigo, latim e outras línguas. Esta confusão propositada tem dado ocasião a diferentes interpretações das suas profecias. mas, não se pode negar que, muitas das suas previsões se aproximam misteriosamente da realidade. Daí a sua fama de "Maior Profeta da Europa".

14 de agosto de 2009

Ailuromancia



Pois é verdade, a ailuromancia não é mais do que o conjunto de presságios relativos aos gatos.
Diz o provérbio que, de noite, todos os gatos são pardos e há quem pense que o surgir de um gato pardo no meio da noite é muito bom augúrio para a pessoa que o vê.
Segundo aquilo que se julga saber há 40 ou 45 milhões de anos aproximadamente, durante o período chamado Eoceno - em que tem lugar, entre outras coisas, a separação da América do Norte da América do Sul, devido ao afundamento da América Central, que provavelmente ocorreu devido à formação de barreiras no mar, ilhas, bancos de coral, ao desenvolvimento de muitas espécies novas de mamíferos - apareceram os miácidos. Estes pequenos carnívoros viriam a ser os longínquos antepassados dos ursos. lobos, hienas, doninhas, toupeiras... e dos gatos!
Temos que pôr a nossa imaginação a funcionar para conseguir ver em animais tão diferentes, um antepassado comum que pode ser considerado o antepassado de todos os carnívoros.
Os apaixonados incondicionais dos gatos domésticos, existentes em todo o planeta (em 1990 contavam-se mais de 400 milhões no mundo) têm uma certa dificuldade em pôr o seu gato ao mesmo nível, por exemplo, da hiena, animal este que não desperta muita simpatia entre os homens.

A domesticação do gato continua a ser um mistério. Não há nenhuma prova das razões que poderão ter levado o gato selvagem a aproximar-se do homem ou o homem a querer domesticá-lo. Mas, desde há 12 mil anos que o gato e o homem gostam um do outro. Pensa-se que, em meados do século XVIII antes da nossa era, mesmo antes do novo Império do Egipto, foi escolhida uma gata para representar a deusa Bastet, divindade que presidia aos nascimentos e que, até então, tinha sido representada por uma leoa. No entanto, existia também outra deusa, a temida Skehmet, cujo nome significava "a força", divindade guerreira e destruidora, que semeava a morte à sua passagem, segundo as crenças egípcias e que também era representada por uma leoa. Sem dúvida que os egípcios escolheram a gata para representar Bastet e para a poderem distinguir de Sekhmet. Há representações da primeira com corpo de mulher e cabeça de gato, ou de uma gata de aparência esguia de uma espécie chamada Felis silvestris libyca ou gato africano. Bastet era musical, alegre e fecunda portanto uma divindade bonita e boa.

Embora haja a possibilidade de que todas as espécies de gatos conhecidas nos dias de hoje tenham um antepassado comum, o gato africano que inspirou o povo egípcio, parece que estes pequenos felinos apareceram na Europa muito mais tarde. Pensa-se que tenha sido no início da Idade Média que o gato selvagem irrompesse na Europa vindo do Norte de África e, tanto foi considerado um animal benéfico e protector, como a encarnação da sombra, das forças do mal ou um animal diabólico.
Aos nossos antepassados, este animal não era considerado nem bonito nem familiar pois, caçava de noite, tal como o mocho, e gostava das mesmas presas que esta ave de rapina, daí muita gente ter visto no gato um seguidor do Diabo. Foi assim, muito fácil imaginar que o gato tinha poderes benéficos ou maléficos, consoante a interpretação que se quiser dar-lhe.

Surgiu então o nascimento da ailuromancia, ou seja, a ciência dos presságios relacionados com os gatos, alguns dos quais remontam à mais longínqua Antiguidade. Vejamos vários exemplos que chegaram até aos nossos dias, alguns dos quais continuam muito arreigados no espírito dos nossos contemporâneos, embora hoje os releguemos para a classe das superstições.
Há quem pense que um gato preto que se atravessa de repente no nosso caminho, estrada ou rua, irá anunciar uma morte próxima ou qualquer desgraça, ou a do gato que passa a pata por debaixo das orelhas depois de a ter lambido, para se limpar será um sinal de chuva.
Mas também há superstições que não são tão conhecidas:
Por exemplo, quando um gato que não o conhece o segue, evidentemente, sem que o tenha chamado, diz-se que é um sinal de boa sorte ou inclusive de uma entrada inesperada de dinheiro.
O mesmo gato preto, que se considera um mau augúrio se passar à nossa frente, é um presságio muito bom quando entra inesperadamente numa casa. Neste caso, é mensageiro de felicidade e de prosperidade para a família que vive nessa casa. Ver um sinal cinzento ou pardo é sinal de sorte.
Tendo o gato um instinto que o predispõe a ser especialmente receptivo às variações das pressões atmosféricas e às mudanças de tempo, existem no mundo inteiro muitos presságios meteorológicos relativos aos gatos, parecidos com os da pata por detrás da orelha. Na Europa, nos Estados Unidos, na China e na Rússia, por exemplo, acredita-se que se observarmos um gato a limpar-se, ao anoitecer, junto à lareira, se pode prever o tempo que irá fazer no dia seguinte....

11 de agosto de 2009

Meditação com o Louco

Depois de sentado/a, procurando não fechar o circuito energético, coloque O Louco à sua frente numa mesa, à altura dos seus olhos, para que o veja facilmente sem ter que alterar a postura. Com um fósforo, acenda uma vela amarelo pálida, a cor do arcano, e num queimador coloque algumas pedras de carvão onde queimará algumas gotas de gálbano, o perfume correspondente.

Centre a sua atenção na imagem do arcano e visualize como as suas formas e cores se intensificam. Imagine o quadro da carta a aumentar até ocupar todo o seu campo visual, e observe, demoradamente a cena aí retratada. Fixe a vegetação que aparece sobre o penhasco onde O Louco se mantém em equilíbrio, na sua variedade e cor, e depois, desloque a sua atenção para a matriz de quartzos.

Observe o cão, que parece querer prevenir o louco dançarino do perigo que o espreita, e a paisagem que se estende para lá do sopé do penhasco, as montanhas, o vale, o rio que serpenteia mansamente, e o céu crepuscular, em que os pássaros voam e as primeiras estrelas se perfilam. Sobre tudo isso, o Sol parece iluminar só a figura do louco que se enche com a sua luz. Agora, concentre-se no Sol, e permita que a sua luz o/a encandeie até sentir o formigueiro especial que já conhece e que obriga a fechar os olhos.

Neste momento, penetre no arcano e identifique-se com a figura de O Louco. Sinta a frescura do ar na sua pele, e como a Luz do Sol espiritual o/a inunda até entrar num estado de êxtase divino.

Neste estado, encontra-se completamente imune à dor, à ansiedade, ao medo e à depressão; só o/a invadem a luz espiritual e a confiança nos desígnios divinos. Contemple como a luz divina o/a eleva do solo e o/a atrai para si e, pouco a pouco, o/a transporta para lá do céu, para o espaço cheio de estrelas. Aí, sinta como o seu corpo se expande, como perde as suas células materiais e se transforma no espaço infinito, cujas células são as estrelas. Sinta o êxtase e a felicidade deste estado e permaneça nele durante algum tempo. para terminar, realize o percurso inverso até que, de novo, se encontre dentro da imagem de O Louco; não perca a sensação de felicidade.

Depois dê um passo atrás e saia da carta para se posicionar, de novo, no seu próprio corpo. Abra os olhos, devagar e, se necessitar de ajuda para sair do estado de meditação, bata no chão, com força, três vezes, com o seu pé direito.

Função do arcano:- Antidepressivo
Representa:- A força do espírito, não submetida ao raciocínio dos homens
Desperta:- Os estados de consciência transcendente, o Nirvana, o êxtase. A embriaguez divina. A criatividade e novos pontos de vista.
Desenvolve:- A jovialidade. A felicidade. A espiritualidade. A originalidade.

10 de agosto de 2009

Meditação com o Mundo

Sente-se comodamente em frente do arcano o Mundo colocado num suporte, sem cruzar os braços nem as pernas, com as mãos apoiadas nas coxas, para não interferir no circuito energético. Acenda com um fósforo uma vela azul violácea, a cor do arcano, e num queimador ou numa braseira coloque um pouco de incenso rei.

O arcano O Mundo tem duas funções: uma espiritual e evolutiva, na qual trataremos de adquirir uma maior consciência cósmica, e outra, mais material e prática: a protecção das suas propriedades.

Relaxe-se profundamente. Observe atentamente o arcano e dê maior atenção aos pormenores, às formas e às cores. Olhe como cresce e abrange todo o seu campo visual; tudo na imagem respira vida: a mulher parece ordenar as estrelas com a sua varinha e, enquanto dança, do seu cabelo surge a esfera das estrelas, que cintilam repletas de energia. Ao compasso do bailado, as rosas semeiam o espaço infinito de cor e de vida.

À sua volta, as quatro bestas vigiam e limitam a área da Criação. A imagem torna-se mais nítida e parece recuperar vida; retenha o seu olhar na luz que surge das mãos da bailarina: obriga a fechar os olhos e provoca um formigueiro no sobrolho, projectando-o/a para o interior do arcano.

Identifique-se com a bailarina cósmica e sinta que se torna uma luz branca que se estende até ao infinito e que contém tudo o que foi criado. Inverta agora a polaridade e imagine que a luz se torna na escuridão do vazio infinito: o nada prévio a qualquer manifestação. Volte agora a identificar-se com a luz branca da criação, e perceba no seu interior tudo o que se criou sob o comando desta luz: experimente o Todo em si.

Depois dê um passo atrás e saia da meditação, regressando ao seu mundo quotidiano com uma maior consciência.

Se a meditação vai servir para proteger as suas propriedades, não se identifique com a bailarina; visualize só as coisas por detrás dela, protegidas pela sua longa cabeleira escura; não realize este exercício com outras pessoas, mesmo que seja de boa fé, pois ninguém é propriedade sua. Perceba como o poder que emana das bestas sagradas rodeia e protege todos os seus haveres.

Mas se o que deseja é vender ou oferecer qualquer destes bens protegidos, imagine que os retira do arcano, pois no caso contrário ser-lhe-á muito difícil desligar-se deles.

Função do arcano:- Guarda de valores
Representa:- A consciência cósmica, a dança da vida, o Nirvana, o Tau. O domínio sobre as leis da matéria. Os planos da existência.
Desperta:- A iluminação. O conhecimento. O encontro com Deus. O final da evolução.
Desenvolve:- Concentração. Autocontrolo. Estabilidade. Poderes paranormais.

9 de agosto de 2009

Meditação com o Julgamento


Sente-se sem cruzar os braços nem as pernas e com as mãos apoiadas nas coxas. Coloque à sua frente, apoiado num suporte o arcano o Julgamento. Acenda com um fósforo uma vela vermelho escarlate, que é a que corresponde ao arcano, e num queimador coloque algumas gotas de essência de olíbano, pois este é o seu perfume.

Observe, demoradamente, o arcano e procure concentrar-se em intensificar todas as formas e as cores. Depois de conseguido, visualize como o arcano aumenta lentamente até que a imagem ocupe todo o seu espaço visual.

Fixe a sua atenção na textura da terra da qual surgem três corpos, duas mulheres e um homem. Concentre-se no arco-íris que circunda a luz de uma nova aurora e nos três trompetes que, com o seu som, despertam os que jaziam sob a terra. Agora dirija a sua consciência para a luz do fundo do arcano. Deixe-se deslumbrar até que o habitual formigueiro na testa o/a obrigue a fechar os olhos, e projecte-se no interior do arcano. Ali, identifique-se com a figura da mulher ou do homem, dependendo do seu sexo, e sinta como a terra estremece aos som dos trompetes celestiais.

Identifique esse som: é o OM. Sinta a sua vibração na base da sua coluna vertebral, como limpa o seu chakra básico, equilibra-o emocionalmente e proporciona-lhe capacidade reflexiva. Soa de novo o trompete e o OM vibra no chakra do seu umbigo, equilibrando e estimulando a sua decisão.
Pela terceira vez soa o OM, mas desta vez dirige-se ao seu plexo solar, equilibrando-o também e activando o seu sentido de prosperidade.

Um novo toque de trompete consegue que o OM emitido vibre na sua glândula do timo, proporcionando-lhe equilíbrio, revitalizando todo o organismo e estimulando o sentimento do amor. Pela quinta vez, o som OM é emitido pelo trompete e incide sobre a sua garganta, despertando a sua capacidade para falar e comunicar de maneira adequada.

Novamente o trompete emite o OM que, desta vez, actuará sobre o seu sobrolho e equilibrará e estimulará a sua glândula pineal e, com ela, a inteligência superior. Finalmente, o trompete emitirá o sétimo OM, que equilibrará o seu chakra coronário desenvolvendo em si a verdadeira espiritualidade.

Agora sinta os seus chakras completamente equilibrados e despertos, e sinta o modo como a vibração energética do OM, emitida pelo trompete do espírito, percorre todo o seu corpo. Já pode dar um passo atrás e concluir a sessão de meditação.

Função do arcano:- Equilíbrio emocional.
Representa:- A realização. Transcender o plano mental e deter o mundo. O sentido da graça ou de culpa, de beleza ou de fealdade.
Desperta:- Conceitos inovadores. Ruptura de esquemas. Construção.
Desenvolve:- A compreensão da realidade. A capacidade de amputar a gangrena da personalidade e reconstruir um homem novo.

8 de agosto de 2009

Meditação com o Sol

Depois de comodamente instalado/a numa cadeira com as costas direitas, as pernas paralelas e as mãos apoiadas nas coxas, coloque o Sol num suporte para o poder observar de um modo confortável. Agora, acenda uma vela cor de laranja, a cor do arcano, e também algumas pedras de carvão num queimador, para queimar algumas gotas de girassol ou de essência de heliotrópio, os perfumes que lhe correspondem.

A meditação com o Sol ajuda-o a recuperar a sua vitalidade, a tratar-se ou a permitir curar, à distância, alguma pessoa doente que deseje ajudar.

Contemple a carta tentando captar os seus mais mínimos pormenores. Concentre-se e intensifique os volumes, as formas e as cores que compõem a imagem que representa arcano.

Observe como cresce até abranger todo o campo visual; fixe a sua atenção nas flores e nas plantas, observe o verde brilhante das folhas e a vitalidade das flores cheias de vida. No meio da vegetação uma criança parece olhar para si de forma confiante com um rosto sereno que suscita ternura. Ao fundo o rio reflecte a luz solar e a enorme montanha eleva-se procurando os raios de sol que domina o céu. Fixe a sua atenção no centro do astro e deixe que a sua luz o cegue até sentir o formigueiro familiar na testa. Feche os olhos.

Se a sua intenção for encher-se de vitalidade ou curar-se a si próprio/a, projecte-se para o interior da carta. Ali, a criança dar-lhe-á as boas vindas e irá acompanhá-lo/a até ao ponto desejado por debaixo do Sol; sinta a energia solar como uma vibração que o inunda, elevando-se até mergulhar num oceano de luz revitalizadora. Depois, o Sol voltará a depositá-lo/a delicadamente sobre a erva. Agradeça ao rapaz e despeça-se dele; saia agora da meditação dando um passo para trás.

Se quiser ajudar uma pessoa doente, uma vez dentro do arcano, visualize junto de si essa pessoa. Pegue-lhe na mão e acompanhe-a até à criança; depois, ajude-a a estender-se na erva e a deixar que aquela criança actue sobre a zona afectada; ela saberá utilizar a técnica adequada para colaborar na cura, quer seja pela imposição das mãos, pela aplicação de massagens, flores ou plantas sobre a zona, etc. Deixe o arcano actuar sem tentar influir. Ao terminar, acompanhe a pessoa até ao enquadramento do arcano, despeça-se e saia da meditação.

Tenha em conta que para tentar favorecer a cura de uma pessoa alheia deverá pedir-lhe autorização primeiro, pois caso contrário estaria a interferir no seu Karma e no seu livre arbítrio.

Função do arcano:- Vitalidade e saúde
Representa:- O espírito presente no ser humano. A regeneração mental, emocional ou física. A fertilidade.
Desperta:- A consciência e o Super-Eu.
Desenvolve:- O poder e a autoridade. A vitalidade, a força, a iniciativa, a dignidade e a saúde.

7 de agosto de 2009

Meditação com a Lua

Sente-se sem cruzar os braços nem as pernas. Coloque à sua frente o arcano da Lua num suporte ou de qualquer outro modo que lhe permita olhá-lo com comodidade. Acenda uma vela violeta, e queime um pouco de benjoim ou narciso, as suas essências associadas.

Se na meditação com a Lua o que deseja é programar os seus sonhos, deve, antes de se deitar, iniciar a contemplação do arcano. Procure intensificar as cores e as formas, até que a imagem ocupe todo o seu campo visual. Observe o caranguejo, que tenta alcançar a Lua com as suas pinças, enquanto a água bate na sua carapaça com suavidade.
Olhe a Lua e os peixes entrelaçados no seu interior. Deixe que o seu fulgor o/a atraia. Feche os olhos e projecte-se para o interior do arcano. Sinta a frescura do tanque e da noite e imagine as imagens ou as situações que deseja experimentar em sonhos. Deite-se agora na cama, relaxe-se e durma.

Mas se desejar fazer uma projecção astral, deverá demorar mais tempo e ser mais perseverante, pois a técnica requer um alto grau de relaxamento e pode acontecer ter que tentar várias vezes. Depois de contemplar o arcano durante alguns minutos, deite-se na cama, relaxe-se e visualize-o no tecto do seu quarto. Imagine que a fita que liga a boca dos peixes surge do seu plexo solar e forma um carreiro que se perde no arcano. Desloque a sua consciência para ele indo mais além da Lua, até deixá-la para trás. Depois, tome consciência do lugar onde deseja ir na sua viagem. Quando regressar, gaste algum tempo para recuperar o controlo do seu corpo físico. Respire profundamente, levante-se e bata no chão com o pé direito para se afirmar na realidade material quotidiana.

Finalmente, há uma terceira forma de utilizar este arcano, relacionada com a primeira, pois influi sobre os processos físicos de transformação que se produzem durante o sono e que podem ajudar a tratar a doença.

Deite-se na cama e visualize o arcano no tecto. Projecte-se no seu interior, e programe o seu corpo, visualizando-o em perfeito estado de saúde. Pense que tudo o que programar sobre o seu corpo, enquanto permanecer no arcano, actuará rapidamente sobre ele.

Termine a visualização, relaxe-se e entregue-se ao sono reparador. Se insistir, obterá resultados notáveis.

Função do arcano:- Programação de sonhos e projecção astral.
Representa:- As transformações físicas durante o sono. O psicossomático.
Desperta:- O inconsciente. A capacidade de perceber o oculto e enfrentar o mistério.
Desenvolve:- A capacidade de programar e controlar os sonhos. A ligação com o próprio inconsciente para compreendê-lo e tratá-lo.

6 de agosto de 2009

Meditação com a Estrela

Sente-se comodamente com as costas direitas e sem cruzar os braços nem as pernas para manter o seu circuito energético aberto. Logo de seguida, coloque a Estrela numa mesa à sua frente, acenda com um fósforo uma vela da cor da violeta, e queime um pouco de incenso de nardo ou de mimosa.

Este arcano cumpre uma dupla função: se se utilizar na meditação atrai para nós aquelas pessoas que precisam dos serviços que oferecemos; mas pode também empurrar-nos para as situações, os lugares e as pessoas que podem proporcionar-nos as lições que precisamos de aprender.

Centre a sua atenção na imagem do arcano, e olhe como as cores e as formas adquirem maior profundidade e definição, e aumentam até ocupar todo o seu campo visual. Agora observe a bela mulher absorta em deitar o líquido da vida dos seus corpos para alimentar com ele a terra fértil. Por detrás dela, a água flui pela corrente da cascata, enquanto um flamingo bebe de um dos copos o apreciado líquido.

Lentamente, desloque a sua atenção para a estrela que brilha do alto do céu nocturno e permita que o seu resplendor agarre o seu olhar até que o seu fulgor o cegue obrigando-o a fechar os olhos, enquanto sente um formigueiro especial na sua testa que lhe indica que está a entrar num estado alterado de consciência.

Agora feche os olhos e dê um passo à frente para se projectar para o interior do arcano. Sinta a brisa da noite no seu rosto e sinta o odor dos juncos e das flores. Nesse instante, a mulher, representação do espírito da Mãe Terra, apercebe-se da sua presença, e deposita suavemente, os copos na erva fresca para vir receber-te. De um deles, o que representa a sua mente consciente, tira uma pena para escrever e eleva-a ao céu, para que a luz da estrela a carregue com a sua energia cósmica; do outro, o que representa o seu subconsciente, retira um pergaminho branco, que lhe entrega para que escreva o que deseja comunicar ao mundo. Depois, ela mergulha no rio do inconsciente colectivo. Assim, as leis da afinidade atrairão para si quem se encontre em vibração com o anunciado.

Mas se a sua intenção é saber as lições para o momento vital que está a atravessar, observe como a mulher olha para si, lhe sorri e deita o conteúdo dos copos no rio, atraindo desta maneira as situações, os lugares e as pessoas que podem proporcionar-lhe as lições de que necessita. Depois de terminada a meditação, dê um passo atrás e saia do arcano.

Função do arcano:- Comunicação subliminal com aqueles que precisam de ajuda.
Representa:- O conceito da esperança.
Desperta:- A capacidade para a meditação.
Desenvolve:- A ligação com o inconsciente colectivo e o desejo de praticar a arte da meditação.

5 de agosto de 2009

Meditação com a Torre

Sente-se com as costas direitas sem cruzar as pernas nem os braços, e as mãos nas coxas. Coloque a Torre sobre a mesa, à altura dos seus olhos, acenda uma vela da cor do ferro ou do aço, e num queimador coloque sobre algumas pedras de carvão um pouco de pimenta, o perfume que vibra com ele.

Concentre toda a sua atenção no arcano. Pouco a pouco, as formas e as cores adquirirão maior definição, até que a carta comece a aumentar e a ocupar todo o seu campo visual. Contemple a coroa que aparece em primeiro plano e que cai do alto da Torre. Olhe com atenção as jóias que a decoram, e observe, demoradamente, a enorme torre de rocha que se ergue pedra a pedra, como se tentasse alcançar o céu. Há qualquer coisa de denso e de pesado nessa torre.

Observe o entulho que cai, enquanto as chamas e o fumo se apoderam das ameias. Entre as ruínas, um homem e uma mulher caem no vazio lançados pelo abalo dos raios.

Concentre-se no olho divino que, do alto, lança os seus raios purificadores sobre a torre de pedra. Olhe a cintilação da sua pupila e sinta como se apodera da sua vontade, obrigando a fechar os olhos, enquanto sente o formigueiro especial na testa que lhe indica que está a entrar num estado alterado de consciência.

Dê um passo em frente e entre no arcano. Projecte-se no interior da torre, alguns instantes antes do raio a atingir. As suas paredes sólidas são formadas por todas as ideias preconcebidas e os velhos conceitos que foi acumulando ao longo da sua vida. Sinta como cresce no seu interior, até que a Torre o oprima e fique entalado nela sem se poder movimentar. Então, pergunte: "Onde está aqui o espírito?"; ao conjuro da sua pergunta o céu abre-se e aparece o Olho de Hórus, inicia-se uma grande tempestade e um raio que surge do olho abate-se sobre a Torre, derrubando-a.

Então, a tempestade pára e o Sol surge de novo e ilumina-o, quebrando assim tudo quanto o oprimia, e libertando-o por fim. Mas se o que deseja com a sua meditação é defender-se de uma pessoa que, segundo pensa, o quer prejudicar, visualize como os dois personagens, homem e mulher, reparam rapidamente a Torre e fecham dentro dela a pessoa em questão, para que os grossos muros da sua prisão a protejam da sua influência.

Depois de terminada a meditação, demore um instante a agradecer ao arcano a ajuda recebida e dê um passo para trás para sair da imagem.

Função do arcano:- Derrube dos conceitos arcaicos da nossa psique que nos limitam. Defesa.
Representa:- O pressentimento de uma vida superior. Os relâmpagos de percepção espiritual.
Desperta:- O sentido de graça ou de culpa, de beleza ou de fealdade.
Desenvolve:- A coragem, a decisão, a força e a vitalidade.

4 de agosto de 2009

Meditação com o Diabo

Sente-se na posição do faraó: costas direitas, pernas paralelas e mãos apoiadas nas coxas. Coloque o Diabo na mesa à altura dos seus olhos; acenda uma vela azul ou violeta, as cores deste arcano, e algumas pedras de carvão num queimador, adicionando algumas gotas de almíscar, o perfume correspondente.

Dirija a sua atenção para a imagem do arcano e procure não se deixar impressionar pela sua malignidade aparente. Agora relaxe-se e observe atentamente o arcano. Utilize a imaginação para realçar as formas e as cores; intensifique a imagem e faça com que cresça até começar a invadir todo o seu campo visual. Observe os homens e as mulheres prisioneiros deste personagem. Alguns parecem abatidos; outros bamboleiam-se voluptuosamente, e há mesmo uma mulher que aparece no fundo, esquelética, acorrentada a uma trave frágil, que, sem dúvida, poderia partir com facilidade. Toda a cena está enquadrada pelo que parece ser um campo de concentração ou uma prisão tão desordenada que não é possível reter ali alguém contra a sua vontade.

A cena é dominada por uma personagem com asas de morcego falsas e um par de cornos surgindo da sua testa. No nariz usa um aro, e nos seus punhos estão penduradas correntes que, aparentemente, o prendem a um homem, a sua mente consciente, e a uma mulher, o subconsciente. Agora concentre-se no símbolo do pentagrama invertido que está pendurado no seu pescoço. Deixe-se atrair para o interior do arcano; feche os olhos e dê um passo à frente para penetrar nele. Depois de estar dentro, sinta como um ar denso e quente, com cheiro a enxofre, lhe bate na cara; oiça os gemidos de prazer, de dor e de incoerência que os escravos deste inferno pronunciam. Logo de seguida, encare com O Diabo e, olhando-o fixamente, faça afirmações de poder em voz alta: "Eu Sou um espírito livre e imortal". "Sou um filho de Deus" (a cada afirmação o Diabo torna-se mais e mais pequeno). "Tenho direito a ser feliz". Continue a fazer afirmações positivas até o Diabo se reduzir ao ponto de desaparecer de cena.

Liberte o homem e a mulher das suas correntes e observe como se abraçam e, ao fazê-lo, como se transformam em belos seres, perdendo os sinais de brutalidade e de ignorância. O céu abre-se e o sol penetra no lugar, iluminando a cena. Então, a prisão desvanece-se e, no seu lugar aparece um belo vale iluminado pelo sol.

Depois de terminada a sessão de meditação, agradeça às forças da Luz a sua ajuda, dê um passo atrás e saia do arcano.

Função do arcano:- Destruição do mal
Representa:- A ideia do mal, as limitações, os medos, a ignorância que gera o sofrimento
Desperta:- O sentido do ilimitado do ser humano. A compreensão para os outros
Desenvolve:- A compreensão das coisas aparentemente negativas. A capacidade de quebrar limitações.

3 de agosto de 2009

Meditação com a Temperança

Depois de se ter instalado numa cadeira com as costas direitas, as pernas paralelas e as mãos apoiadas sobre as coxas, coloque o arcano A Temperança sobre a mesa ou num suporte, pois será mais cómodo para o ver. Acenda uma vela azul, a cor que corresponde ao arcano, e coloque algumas pedras de carvão num queimador e adicione umas gotas de acácia, pois é o perfume que harmoniza com ele.

Olhe descontraída e fixamente a carta, procurando captar os seus pormenores mais ínfimos. Intensifique cada um dos volumes, das formas e das cores que compõem a imagem do arcano. Pouco a pouco este crescerá até abarcar todo o seu espaço visual. Contemple a água ondulando suavemente, enquanto os juncos e as flores da ribeira mexem docemente ao ritmo da brisa suave. Observe agora a árvore esbelta, e a luz do sol que se filtra através das nuvens iluminando um bando de pássaros migratórios. Finalmente, olhe como a mulher deixa cair lentamente a água das suas taças douradas celebrando um pequeno ritual. A sua pele jovem e limpa recebe a luz solar, e tudo no arcano respira harmonia.

Agora, fixe a sua atenção na água e observe o reflexo luminoso que se produz onde o sol incide. O seu fulgor obriga a pestanejar até ter que fechar os seus olhos, sentindo um formigueiro especial na testa que lhe indica estar a entrar num estado profundo de meditação. Dê um passo em frente para entrar no arcano e sentir a água fresca sobre os seus pés. Observe como a aura da mulher o/a envolve enchendo-o/a de serenidade, coragem e optimismo. Depois disso, saberá que a partir de agora é capaz de enfrentar qualquer situação que a vida lhe imponha sem se deixar ir abaixo.

Permaneça em frente da mulher, que agora lhe oferece bebida numa das suas taças. Quando o líquido penetrar no seu interior, sinta como cresce em si uma força desconhecida que o/a enche de segurança e de confiança. Dê graças, mentalmente, à Donzela da Água e peça-lhe que venha em sua ajuda quando passar por um mau momento na sua vida, ou quando algo ou alguém ameaçar a sua segurança.

A seguir, dê um passo para trás e saia do arcano. Quando atravessar uma época de dificuldades, feche os olhos por um momento e invoque a Donzela da Água. Voltará a sentir de novo o poder do arcano e verá como ele virá em seu socorro.

Função do arcano:- Protecção espiritual
Representa:- As experiências que permitem conhecer e aumentar a nossa resistência.
Desperta:- O optimismo
Desenvolve:- Confiança nos resultados dos nossos actos. A supressão da cólera, a capacidade de adaptação, a resistência e a alegria.

2 de agosto de 2009

Meditação com a Morte

Sente-se com as costas direitas, as pernas paralelas e as mãos apoiadas sobre as coxas. Coloque A Morte à sua frente, sobre a mesa ou num suporte. Acenda uma vela verde azulada, a cor que vibra em consonância com o arcano, e coloque algumas pedras de carvão em brasa num queimador e adicione um pouco de benjoim, que é o perfume em sintonia com este arcano.

Concentre a sua atenção no arcano e observe intensamente as suas formas e cores, até se tornarem mais consistentes e nítidas. Olhe para o chão de tijoleira, onde aparecem algumas lápides meio enterradas; fixe-se nas caveiras, a coluna inclinada, as jóias e a espada quebradas que estão em primeiro plano, e no relógio que parece parado e que emerge do chão de pedra.

Dirija o seu olhar para o esqueleto que, de pé, no centro da carta, segura uma gadanha com a mão esquerda e um pássaro preto com a direita, e observe como parece sorrir-lhe com a sua boca descarnada. Por detrás dele fluem as águas de um rio, reflectindo os primeiros raios de sol do amanhecer que surge para iluminar o obscuro espaço pejado de estrelas e de planetas. Detenha o seu olhar no fio da gadanha que, ao receber os primeiros raios de sol, produz uma forte cintilação que o/a obriga a fechar os olhos; surge na sua testa esse formigueiro especial que lhe indica estar a entrar num estado de meditação.

Dê um passo em frente e entre no arcano. Sentirá um arrepio quando o esqueleto fixar as suas órbitas vazias nos seus olhos; depois, deixará voar o pássaro e arrancará a máscara que cobre o seu rosto, imposta pela ignorância humana. Atrás dela aparece o belo rosto do arcanjo Samael, renovador dos corpos e das experiências para que possamos completar a aprendizagem no mundo da matéria, o que está sempre disposto a dar-nos outra oportunidade. Esta visão ajudá-lo-á a perder o medo da morte, transformando-a em parte do ciclo da vida.

Se o que deseja é entrar em contacto com um ser amado desaparecido, faça-o agora sob a protecção deste arcano. Invoque a presença do falecido na margem oposta do rio, por onde o sol se põe, e vê-lo-á aparecer coberto pela sua túnica branca. Samael afastar-se-á para um lado para que se aproxima da margem do rio, de onde poderá dialogar com este ser.

Quando quiser acabar a conversa, ordene ao defunto que se retire; depois, olhe como o arcanjo coloca de novo a máscara, agradeça-lhe a sua ajuda, dê um passo atrás e termine a sessão de meditação.

Função do arcano:- Perder o medo da morte. Contactar com os antepassados
Representa:- As transformações, as mudanças drásticas e a morte.
Desperta:- O sentido da imortalidade e da capacidade de mudar.
Desenvolve:- Actividade, tenacidade, coragem, previsão, prudência, psiquismo.