O alvorecer exalta a Grande Pirâmide, os seus dedos rosados lançam perfume e cor. O vento do deserto ergue e afasta a areia milenar que cobre os antigos sarcófagos. Traz à superfície os zeladores da imortalidade, o negro basalto e o granito vermelho. Assim, como as ligaduras das lembranças perdidas, as trombetas sagradas chamam os enfaixados para a vitória. Anuncia: Ouçam, crianças da imensidão! O ser individual ilusório chegará ao fim, na morte. Não alcançará a realização porque é aparente e inexistente. Agora e sempre só a verdade é eterna. O irreal não tem o ser, o real é não-ser. No entanto, lembre-se que a existência é beatitude. Não se liguem a nada porque é na ligação que todas as dores nascem e é pela ligação que o homem perece.
Todas as faces olham para o lado radiante da Arca Sagrada. A regeneração é o fruto. A exultação do nascimento de Her, o filho da alegria através dele, Ísis e Osíris garantem a descendência, através dele a regeneração é manifestada; através dele, a doação da eternidade.
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